sexta-feira, 17 de julho de 2009

Literatura Brasileira: Capítulo 4

A DESCOBERTA DO BRASIL é o principal legado desses autores para o movimento modernista, iniciado em 1922 pela Semana de Arte Moderna em São Paulo.

A LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XX. 1ª METADE DO SÉCULO XX. Historicamente há quem afirme que o século XX só se inicia, de fato, com a eclosão da 1ª Guerra Mundial. No Brasil, os primeiros vinte anos do século XX apresentaram uma vasta e diversificada produção literária. De fato, essas duas décadas marcam um longo período de transição entre o que era passado e o que seria chamado de moderno. O que se convencionou chamar de Pré-Modernismo, no Brasil, não constituiu uma “escola literária”, ou seja, não temos grupos de autores afinados em torno de um mesmo ideário, seguindo determinadas características. Na realidade, Pré-Modernismo é um termo genérico que designa a produção literária de alguns autores que, não sendo ainda modernos, já promovem rupturas com o passado. São exemplos de escritores pré-modernos: Lima Barreto com “Triste fim de Policarpo Quaresma”, (que retrata o governo de Floriano e a revolta armada), Euclides da Cunha com “Os Sertões” (que relata de forma ducumental a guerra de Canudos), Monteiro Lobato com “Cidades mortas” (mostra a passagem do café pelo Vale do Parnaíba Paulista), e Graça Aranha com “Canaã” (um documento sobre a imigração alemã no Espírito Santo).

Em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo é que se iniciou o Modernismo com a Semana de Arte Moderna. Idealizada por um grupo de artistas, a Semana pretendia colocar a cultura brasileira a par das correntes de vanguardas do pensamento europeu, ao mesmo tempo em que pregava a tomada de consciência da realidade brasileira.

A 1ª fase do Modernismo [1922 a 1930] é o mais radical do movimento modernista, justamente em conseqüência da necessidade de definições e do rompimento com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase e seu forte sentido destruidor.

Ao mesmo tempo em que procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira” (a língua falada pelo povo nas ruas), as paródias – numa tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras – e a valorização do índio verdadeiramente brasileiro. É o tempo do Manifesto da Poesia Pau-Brasil e do Manifesto Antropófago, ambos nacionalistas na linha comandada por Oswaldo de Andrade, e do Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta, que já traz as sementes do nacionalismo fascista comandado por Plínio Salgado.

No final da década de 20, a postura nacionalista apresenta duas vertentes distintas: de um lado, um nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade brasileira, politicamente identificado com as esquerdas; de outro, um nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, identificado com as correntes políticas de extrema direita.

Dentre os principais nomes dessa primeira fase do Modernismo e que continuariam a produzir nas décadas seguintes, destacam-se Mário de Andrade, Oswaldo de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, além de Menotti Del Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.

O período de 1930 a 1945 registrou a estréia de alguns dos nomes mais significativos do romance brasileiro como: José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo, que produzem uma literatura de caráter mais construtivo.

Nessa busca do homem brasileiro “espalhado nos mais distantes recantos de nossa terra”, o Regionalismo ganha uma importância até então não alcançada na literatura brasileira, levando ao extremo as relações do personagem com o meio natural e social.

O primeiro romance representativo nordestino, que teve seu ponto de partida no Manifesto Regionalista de 1926, foi “A Bagaceira”, de José Américo de Almeida, publicado em 1928. Verdadeiro marco na história literária do Brasil, sua importância deve-se mais à temática (a seca, os retirantes, o engenho) e ao caráter social de que a seus valores estéticos.

Cf. Manifestos Modernistas

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