sexta-feira, 17 de julho de 2009

Literatura Brasileira: Capítulo 1

 

A origem da raça, sua língua, sua escrita, sua história, sua sociedade, sua cultura e costumes, sua arte, sua psicologia, suas ciências e tecnologias, sua religião, suas lendas, mitos e folclores, sua forma política – econômica e social, a região geográfica (física, econômica e histórica), o clima, a flora e a fauna e etc.. são elementos influenciadores importantes na formação de idéias. Essas idéias é que dá identidade a um determinado povo criando determinadas características peculiares que definem sua origem e cultura. (cf. “Teoria da Raça, do Meio e do Momento” de Hippolyte Taine)

O registrar dessas idéias que nos deu a sua história e construiu a nossa. Foi com essa forma escrita, que com o tempo se tornou uma arte - já que era necessário conhecer todas as técnica de composições textuais e suas ferramentas – que nos possibilitou evoluir. Essa arte, chamada de Literatura, é “a expressão da sociedade”. É a definição que exprime todas as modalidades de vida, tradições, costumes d´uma determinada nação.

LITERATURA. “A Literatura compreende todos os escritos em prosa ou em verso notáveis pela forma, pela idéia e pela emoção, onde os espíritos ilustres traçam a psicologia social dos povos”.

ORIGEM DAS LETRAS NO NOVO MUNDO. A história das letras americanas tem suas origens na Europa, pois as raízes de nossa cultura encontram-se nas profundezas da vida do Velho Mundo. Os imigrantes só eram americanos devido ao meio. Quando à raça e civilização, não passavam de europeus transplantados, que levavam inalterados para as colônias sua língua, costumes, política e religião do Velho Mundo. Os colonos pensavam como europeus e, quando escreviam, discutiam assuntos de interesse da Europa, e obedeciam aos modelos do estilo europeu. No entanto, desde o princípio, seu modo de vida europeu foi modificado pelo novo meio. As diferenças de condição social, que na Europa eram questão fechada, dentro em pouco tiveram de ser mantidas com um esforço consciente nas colônias, mas, à medida que a colonização se expandia, tendiam a desaparecer. Assim é que a influência do meio do Novo Mundo agia constantemente, moldando o material imigrante em formas americanas”. (FULLER, Walter Taylor. “A História das Letras Americanas”. 1967. P.13)

dante_exile_4502 A Europa do século XVI vive o auge do Renascimento, com a cultura huma-nista desmantelando os quadros rígidos da cultura medieval; quando o Brasil estava sendo povoado, a Europa ainda sofria as transformações rápidas provo-cadas pelo Renascimento e a Reforma. O termo Renascimento significa não só uma ressurreição do saber, mas também uma tremenda liberação de energia para todas as formas de ativida-des seculares – o comércio, a literatura criadora, a ciência e, de igual importância, a exploração.

O homem europeu, especificamente o ibérico, apresenta em pleno século XVI duas preocupações distintas: a conquista material, resultante da política das Grandes Navegações, e a conquista espiritual, resultante, do movimento de Contra-Reforma. Essas preocupações determinam as duas manifestações literárias do Quinhen-tismo brasileiro: a Literatura Informativa e a Literatura dos Jesuítas.

No fim do século XVI, as renovações culturais trazidas pelo Renascimento na península Ibérica começaram a sofrer uma evolução: encerra-se o ciclo das navegações; as idéias da Reforma protestante começaram a ser combatidas com mais vigor através da Contra-Reforma; procurou-se restaurar um clima de religiosidade, contrárias às idéias da antiguidade greco-romana revalorizada pelo Renascimento.

Essa situação contraditória provocou o aparecimento de uma arte que expressou também atitudes contraditórias do artista em face do mundo, da vida, dos sentimentos e de si mesmo. O Homem se vê colocado entre o céu e a terra, consciente de sua grandeza, mas atormentado pela idéia de pecado e, nesse dilema, busca a salvação de forma angustiada. Os sentimentos se exaltam, as paixões não são mais controladas pela razão e o desejo de exprimir esses estados de alma só pode realizar-se através de antíteses, paradoxos, interrogações. Esse novo estilo literário que se estendeu até o final do século XVII foi chamado de Barroco.cruzcostas_de_Bosch

 Durante o século XVII e XVIII, a política internacional européia girou em torno das tendências imperialistas das várias potências, que encontravam sempre um pretexto – quer religioso, quer nacionalista – para justificar suas atitudes.

O progresso da técnica aplicada à indústria provocou na sociedade inglesa do século XVIII transformações tão profundas e radicais que elas foram consideradas revolucionárias. Daí se falar em Revolução Industrial, caracterizada pela evolução tecnológica e por uma verdadeira revolução social. É devido a esse contexto que no século XVIII, também chamado de Século das Luzes, será marcado pelo racionalismo, pela investigação científica, isto porque, com o avanço das técnicas de produção, pôde-se verificar uma grande evolução das ciências naturais. Essas novas idéias conquistaram numerosos adeptos, a quem pareciam trazer a luz ao conhecimento.

Estimulados pelos filósofos, numerosos príncipes procuraram por em prática as novas idéias, governando de acordo com a razão e segundo os interesses do povo, mas sem abandonar o poder absoluto. Essa aliança de princípios filosóficos e poder monárquico deram origem a um regime de governo típico do século XVIII, o Despotismo Esclarecido.

A primeira metade do século XVIII é marcada pelo saturamento das técnicas Barrocas, por se compreenderem e praticarem apenas os elementos exteriores da velha escola. Faltam pensadores e artistas e a cultura toda atravessa um marasmo intelectual e uma rotina de morte.

Dentro desse panorama de renovação cultural, surge um novo estilo poético: o Arcadismo. O nome já invoca a cultura grega. A Arcádia era uma região de pastoreio no centro da Grécia, onde os poetas imaginavam habitar a inocência e a felicidade.

O responsável pelo surgimento deste movimento foi o Iluminismo que apregoou o domínio da razão, e colocou a fonte dos conhecimentos humanos na experiência auxiliada pela sensação e pela reflexão.

A temática do Arcadismo é seguir os modelos clássicos greco-latinos e renascentistas; a mitologia pagã é retomada como elemento estético. Daí a escola ser também conhecida como Neoclassicismo.

 

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