quinta-feira, 18 de junho de 2009

Obra Analisada - Candide

Candide ou l‘ optimisme, de Voltaire

A obra de Voltaire não somente pode ser considerado um conto, como também, pode ser considerado um romance.

CONTO FILOSÓFICO OU ROMANCE?

Em razão de sua amplitude e dos seus personagens serem fortemente individualizados é correto considerar e estudar enquanto romance.

O romance oferecia a Voltaire uma cadeira ideal à crítica das idéias e da pintura satírica (marcada de um pensamento revolucionário sobre o véu de uma ficção picaresca ou exótica).

Candide reconta a aprendizagem de seus heróis. Ingênuo e cândido nos primeiros capítulos. Ele vai adquirir pouco a pouco a experiência, certa independência intelectual que irá permitir contestar as lições de Pangloss (por exemplo, a propósito do Negro do Suriname) e finalmente, refutar seu otimismo em suas prudentes palavras no desenlace do romance.

AS IDÉIAS DE VOLTAIRE

Voltaire é polêmico: seus pensamentos afirmam freqüentemente dentro da controvérsia em exposição didática durante 50 anos, ele não faz variações em suas idéias essenciais. Ele assim indica os elementos de uma reforma positiva da sociedade.

Toda a sua vida, Voltaire se ocupa da metafísica (pesquisar a filosofia das causas e dos princípios primeiros), mas esta para combater os metafísicos e suas vans especulações: atributos naturais de Deus, a origem do mundo e da vida, existência e imortalidade da alma, analogia da alma e do corpo, origem do mal, destino do homem – todas estas questões ultrapassam nossa inteligência.

A metafísica apresenta dois graves perigos: 1.) Ela divide os homens, e os conduz, em relação ao plano religioso, nos excesso do fanatismo; 2.) Ela mantém dentro da inquietação diante dos problemas insolúveis, e desvia da vida. Porque perde assim nosso tempo e nossa energia? A sabedoria consiste em tornar o dorso da metafísica e reprocurar à felicidade terrestre, “tanto quanto a natureza humana comporta”.

CRÍTICA DAS RELIGIÕES REVELADAS

Por ele, as religiões revelam repousadas sobre as imposturas. Ele não olha por todos o lugar o inverossímil, absurdo, superstições primitivas, ele não se cansa de ridicularizar a cerimônias religiosas. Sobre uma forma burlesca, ele tem como alvo sério: mostrar que dentro da diversidade de seus dogmas e de seus ritos, as religiões são puramente humanas e usurpem a respeito das coisas divinas.

Em realidade, todas as religiões que rasga entre elas são acordadas sobre o essencial: a existência de Deus. Ela não é garantida, não por uma revelação ilusória, mas por uma razão, que faz acordo entre os homens. Se estas religião natural, se cultua do ser Supremo que Voltaire tem feito triunfar. Ele veio desenganar os homens de espírito de seita e de “mistérios incompreensível”; ele combate a superstição que usa a salvação e das crenças e das cerimônias particulares, e não da moral que é universal. Ele rejeita mesmas idéias da prece, que ele parece desconhecer de toda autoridade divina.

Se este efeito da moral que importa. Base de toda a sociedade, a moral é o traço da união entre os homens. Em ausência de uma revelação, nossa razão e nossa consciência serão, portanto nosso verdadeiro guia.

Somente a “filosofia” pode favorecer o espírito da tolerância, e Voltaire se empenha de todas as suas forces. Em insistir sobre a incerteza de nossas crenças, ele nos convidam à tolerância, por humildade, esses outros homens assim persuadidos que nos retém da verdade.

CANDIDE, O PERSONAGEM

Candide é um ser sensível: ele chora quando é escorraçado do castelo de sua bem amada, diante da mutilação do Negro do Suriname.

A emotividade de Candide joga, pode-se dizer um papel estético: ela anima a narração, ela amplia e faz ressoar em qualquer espécie de alternância de bondade e de maldade que compõe a intriga. As oscilações dessas impulsividades um pouco louca nos faz sorrir e nos faz esquecer a monotonia da tese central do romance, que visa refutar o otimismo providencial.

Candide partilha voluntariamente o otimismo de Pangloss uma vez que ele está amando Cunégunde, filha do barão. Puxa! O barão se opõe ao seu amor e caça o infortunado Candide. Sua existência não sera mais, desde então, um segmento de desgraças, requisitório acabrunhante contra as ilusões – que tudo é para o melhor do mundo possível – do otimista.

Candide é a encarnação mesma do “anjo de candeur amarrado pela cintu-ra”. Impossível de implorar de outra formula; o nome que Voltaire faz dar, como sua fisionomia, annonce son âme (anuncia sua alma) e quase tudo dele. Voltaire tenta consertar em valor esta qualidade filosófica essencial, a mais necessária por decernir este que, na aceitação pela maioria dos gêneros, contrário ao bom e honesto gentil homem, ele mesmo nasceu bom, como o homem natural de Jean-Jacques Rousseau. Mas a sociedade não acaba de perverter, – ele não é per-verssível. Ele guardará de uma ponta a outra do romance esta profunda bondade que passa de muito a simples gentileza. Nós não nos surpreendemos absolutamente por que Cacambo se une a ele e ele seja fiel, que Martin acabasse por outro modo que por interesse. Ele suscita a simpatia, visto que ele dá o seu.

A ALEGRIA

Contra o mal e a resignação do mal, Voltaire, em sua conclusão de Candide, nos convida a cultivar nosso jardim, a fazer alguma coisa. Contra o mal e as causas do mal, contra os mitos que a justificam ou que a absolvem, ele nos convida, em todo o romance, a rir, pois o rir é o encorajador da ação, ele atesta a inteligência e a sensibilidade. A alegria é sempre um triunfo do homem.

Pequena Nota Biográfica:

Voltaire nasceu em Paris no ano de 1694. Sua educação literária se iniciou na casa dos Jesuítas. A obra Candide ou l‘Optimisme (Cândido ou o Otimismo) foi publicado em 1759. Voltaire faleceu em Paris no ano de 1778.

BIBLIOGRAFIA:

GAILLARD, Pol. Candide. Voltaire. Analyse Critique. Paris: Hatier, 1972. (Profil Littérature – Profil d‘une oeuvre, 34)

LAGARDE, André; MICHARD, Laurent. XVIII. Siècle. Paris: Bordas, 1970. (Collection Littéraire Lagard & Michard)

Littérature Française: M. Celso Martinez Perez

Tradução Francês-Português: Alberto Fedel

Modelo de Resenha

MODELO RESENHA CRÍTICA

  • ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS: CAPA, FOLHA DE ROSTO E SUMÁRIO

CAPA: função de identificar o trabalho, o autor, a instituição a qual está vinculado e época em que foi feito.

FOLHA DE ROSTO: segundo a ABNT, folha de rosto é a página que contém os elementos essenciais à identificação da obra. Deve incluir, além dos elementos da capa, outros que forneçam informações mais detalhadas. É considerada a primeira página do trabalho embora não seja numerada.

NOME DA INSTITUIÇÃO
NOME DO CURSO
(Negrito, centralizada, maiúscula, fonte tamanho 14)

TÍTULO DO TRABALHO
(Dê 14 espaços. Negrito, centralizado, Maiúsculas e minúsculas e fonte tamanho 14. Mais de um aluno [ordem alfabética])

NOME DO ALUNO
(Dê 14 espaços. Negrito, centralizado, Maiúsculas e minúsculas e fonte tamanho 14. Deve ficar colado à margem inferior da folha)

Cidade/Estado
Ano

  • OUTRA FOLHA:

TÍTULO DA RESENHA

(Alinhado à margem superior. Negrito, centralizado, maiúsculas, fonte tamanho 14)

Referência completa segundo a ABNT (Dê 4 espaços simples, alinhe à esquerda, digite com espaço simples entre as linhas - fonte tamanho 12 )

TEXTO DA RESENHA... (Dê 2 espaços e inicie o texto. A fonte a ser utilizada deve ser a mesma para capa, folha de rosto e texto (arial ou times new roman).

  1. O espaçamento no texto é de 1,5 entre linhas
  2. Alinhamento do texto é “justificado”
  3. Parágrafo no texto: 1, 27
  4. Margens: sup. e esq. 3,0; inf. e dir. 2,0
  5. Numeração: canto sup. direito

OBS: (CARÁTER MERAMENTE INFORMATIVO, VISTO QUE, COMO ESTUDANTE ENCONTREI A NECESSIDADE DE PUBLICAR PARA AUXILIAR ALGUNS ALUNOS - INFORMAÇÕES PASSADAS POR PROFESSOR DE METODOLOGIA)

Vanessa Morais

sábado, 6 de junho de 2009

Trabalho Escolar

INICIAÇÃO ÀS NORMAS DA ABNT (7ª e 8ª Séries)

O TRABALHO ESCOLAR

Para preparar um bom trabalho escolar, é preciso cumprir bem algu-mas etapas, como a pesquisa, a preparação, a redação e a apresen-tação. A seguir, mostramos um passo-a-passo para organizar cada uma dessas etapas.

PRIMEIRO PASSO: A PESQUISA

O texto do trabalho escolar é um conjunto de informações que po-dem ter procedências variadas. Portanto, antes de começar a escre-ver, é preciso pesquisar o tema em fontes diversas, como livros,

jornais, revistas e internet. É melhor iniciar a pesquisa com o mate-rial existente em casa. Em seguida, pode-se realizar a consulta na biblioteca da escola ou da cidade.

a) Seleção de informações

Feita a pesquisa, é hora de selecionar os dados por meio de uma lei-tura mais atenta. A triagem é necessária para que sejam descarta-das as informações repetitivas ou que não acrescentem nada ao te-ma.

b) Fonte confiável

A seleção de informações deve levar em conta a confiabilidade da fonte. Por isso é importante compararas informações em mais de uma fonte. É possível verificar, por exemplo, se um mesmo fato foi tratado do mesmo jeito por dois jornais diferentes.

c) Livros, jornais e revistas

Verifique quando foram escritos. Livros e enciclopédias podem con-ter informações desatualizadas ou conceitos ultrapassados. Jornais e revistas são boas fontes de consulta pra assuntos que exijam atu-alidade de informações. Sempre procure fazer a pesquisa em mais de um jornal ou revista.

d) Internet

É um grande banco de dados em que computadores ligados entre si e ao mundo inteiro podem trocar informações. Se você não possui acesso à internet em sua casa, verifique se é possível utilizar os computadores da biblioteca da sua escola ou da sua cidade. Lembre-se: a Internet é somente mais uma fonte de consulta.

SEGUNDO PASSO: A REDAÇÃO

Feita a pesquisa de informações, o próximo passo é escrever o tra-balho escolar e organizar sua forma de apresentação. De acordo com o trabalho, pode-se incluir imagens (fotos, desenhos, gráficos) para ilustrar determinados tópicos.

DICAS PARA ESCREVER

Cada um tem um estilo próprio de escrever. Mas existem algumas recomendações úteis.

a) Quanto ao conteúdo:

  • Elabore um roteiro do que será escrito, procurando imaginar tópicos ou capítulos.
  • Organize o material pesquisando, distribuindo as informações entre as divisões estabelecidas.
  • Procure escrever frases, orações e períodos curtos para facilitar a leitura.
  • Evite a repetição de informações ao longo do trabalho.

b) Quanto à forma

  • Deixe margens ou espaços em branco nas bordas do papel. Dessa forma, o trabalho fica mais “arejado” e a leitura,mais fácil.
  • Faça um trabalho limpo e ordenado. Se for manuscrito, evite o uso de corretores e mantenha um padrão para a letra.
  • Utilize parágrafos dentro de cada tópico ou capítulo.
  • Sublinhe ou destaque em um quadro os assuntos mais impor-tantes, como definições ou conceitos.
  • Faça a paginação das folhas.
  • Se utilizar imagens, encaixe-as próximas ao texto correspon-dente.
  • Evite usar cores ou outros recursos gráficos que não acrescen-tem informação ou dificultem a leitura.

A APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

Há inúmeras maneiras de apresentar um trabalho escolar. Tanto é verdade que, para um mesmo tema, dificilmente haverá trabalhos iguais em uma sala de aula. Cada um terá suas características visuais, sua capa e sua forma de organização. Alguns elementos, no entanto, devem fazer parte de qualquer trabalho escolar.

A seguir, mostramos uma forma de apresentação padrão:

NORMAS PARA A ENTREGA DE TRABALHOS ESCOLARES

Este documento foi elaborado para auxiliá-lo naapresentação de tra-balhos escolares, segue as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), adaptadas à realidade escolar.

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

São informações que antecedem o texto e auxiliam na justificação e uso do trabalho. Abaixo, a lista dos elementos pré-textuais conside-rados obrigatórios:

a) Capa

O revestimento externo do trabalho, no qual devem constar as infor-mações indispensáveis à sua identificação. Deve conter as seguin-tes informações:

  • Nome da Instituição;
  • Nome completo do(s) autor (es) do trabalho;
  • Título;
  • Subtítulo se houver;
  • Nome da disciplina e do professor;
  • Local (cidade da Instituição em que o trabalho foi apresen-tado);
  • Ano da entrega.

b) Sumário

Apresenta as principais divisões de um trabalho,seções e outras partes do documento na mesma ordem e grafia em que nele figuram, reproduzindo a sua estrutura e organização. O indicativo de cada seção, divisão, capítulo, com suas subdivisões, devem ser acompanhados do respectivo número de página.

A palavra “SUMÁRIO” deve ficar centralizada, destacada grafica-mente (negrito, etc) e com a mesma fonte utilizada nas seções primárias do trabalho. LEMBRE-SE: cada capítulo deve começar em uma nova página.

ELEMENTOS TEXTUAIS

a) INTRODUÇÃO

É a parte inicial do trabalho, nesse espaço, o autor expõe o objetivo do trabalho, os recursos utilizados e o resultado alcançado.

Os requisitos para uma boa introdução são:

  • Definição do assunto;

A indicação do caminho a seguir.

IMPORTANTE: Somente a partir da introdução numeram-se as pági-nas do trabalho. Utilizam-se algarismos arábicos, sendo que a conta-gem das páginas inicia no sumário.

b) DESENVOLVIMENTO

É o corpo do trabalho em que o autor desenvolve o conteúdo do seu estudo. É a parte mais extensa do texto, podendo ter várias seções e subseções, que variam conforme a abordagem do tema e do método.

c) CONCLUSÃO

Onde se expõe o fechamento das idéias do estudo e onde são apresentados os resultados da pesquisa e, partindo da análise destes resultados, tiram-se as conclusões e, se for necessário, as sugestões relativas ao estudo.

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

a) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Consiste em uma lista ordenada com os materiais utilizados para a confecção do trabalho. A referência permite a correta indicação de um documento, no todo ou em parte, não importando em que suporte esteja (livro, jornal, revista, internet, CD-ROM, entrevista gravada e etc).

  • Todos os materiais que foram mencionados no texto do trabalho devem, obrigatoriamente, ser incluídos na lista de referências;
  • Após a consulta de qualquer tipo de documento, anotar os dados para não ter trabalho em coletá-los posteriormente na compilação das referências;
  • Quando consultar periódicos, não se esquecer de anotar o local de publicação, volume ou ano e número do fascículo;
  • Na consulta de documentos na Internet, não se esquecer de anotar o endereço eletrônico (URL), data de acesso (dia, mês e ano);
  • Para documentos impressos, retirar as informações, preferen-cialmente, da folha de rosto dos documentos;
  • Ordenar a referências em ordem alfabética.

EXEMPLO DE REFERÊNCIA:

1.PARA LIVRO:

ÚLTIMO SOBRENOME, Prenome(s). Título da Obra. Cidade: Editora, ano.

Exemplo:

BAGNO, Marcos. A Língua de Eulália. São Paulo: Contexto, 1997.

2.PARA ARTIGO DE REVISTA:

GUIMARÃES, João L. A oficina do sabor. Superinteressante. São Paulo, ano 9, n. 12, dez. 1997, p. 34-49.

3.EXEMPLO DE REPORTAGEM DE JORNAL:

NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de São Paulo. São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p.13.

Obs.: Quando não aparece o nome do autor da obra, entra-se pelo título, ou pelo nome do jornal ou revista.

4.EXEMPLO DE E-MAIL:

ACCIOLY, F. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <mtmendes@uol.com.br> em 26 de jan. 2001.

EXEMPLO DE ARTIGO DE REVISTA NA INTERNET:

SILVA, M.M.L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, nov.1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em:

<http://.brasilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Aceso em: 28 jul. 2002.

5.EXEMPLO DE FITA DE VÍDEO:

AZEVEDO, Maria Izabel (Coord.) Os perigos do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade. São Paulo: CERAVI, 1995. 1 fita de vídeo (30 min.), VHS, son., color.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

FORMATAÇÃO

a) Papel e Fonte

O papel utilizado no documento deve ser de cor branca, de boa qualidade e o formato deve ser o A 4 (21cm x 29,7 cm). O texto deve ser digitado ou datilografado na cor preta, com exceção das ilustrações, no anverso (frente) das folhas. Texto do trabalho Fonte tamanho 12 (Arial ou Times New Roman) Citações com mais de três linhas Fonte em tamanho menor do que a utilizada no texto. Paginação Fonte em tamanho menor do que a utilizada no texto.

b) Margens da Folha

As margens da folha devem permitir uma encadernação e uma reprodução corretas. Conforme a ABNT (2002), as especificações são as seguintes:

  • Margem esquerda 3,0 cm
  • Margem superior 3,0 cm
  • Margem direita 2,0 cm
  • Margem inferior 2,0 cm

c) Espacejamentos

Segundo a ABNT (2002), deve-se adotar os seguintes espacejamen-tos (entre linhas) para a digitação ou datilografia:

  • Texto (corpo do trabalho - digitar com espaço duplo).
  • Citações com mais de três linhas - digitar em espaço simples.
  • Legendas das ilustrações e tabelas - digitar em espaço sim-ples.
  • Títulos das subseções separar do texto que os precede ou que os sucede por dois espaços duplos.
  • Notas digitar ou datilografar em espaço simples
  • Referências digitar em espaço simples e separar uma da outra por espaço duplo.

d) Alinhamento

PAGINAÇÃO

IMPORTANTE: a numeração das páginas de um trabalho só é coloca-da a partir da primeira folha de texto (Introdução).

A numeração é feita em algarismos arábicos a2 cm da borda supe-rior direita da folha.

Quando existir apêndice e/ou anexo, as folhas devem ser nume-radas de maneira contínua e sua paginação deve dar continuidade à do texto principal.

Nos trabalhos utiliza-se somente o anverso (frente) do papel, sendo a contagem da paginação em número de folhas.

ANEXOS

Aqui se inserem fotos, gravuras reportagens ou outras informações que se considerar pertinente ao trabalho.

Extraído das normas adotadas pelo

Colégio Santa Inês – Porto Alegre – 2008

Segundo a ABNT

terça-feira, 2 de junho de 2009

Estílistica & Linguagem

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO: emissor, receptor, código, mensagem e canal
Emissor: aquele que envia a mensagem; Receptor: aquele que recebe a mensagem; Código: o conjunto de sinais usados para se produzir a mensagem; Mensagem: aquilo que se comunica; Canal: expediente utilizado para se transmitir a mensagem, é a via de comunicação.
FIXAR INFORMAÇÃO:
EXEMPLO:
João disse a Maria: “Amanhã não irei ao trabalho”.
Emissor: João; receptor: Maria; código: a língua portuguesa; mensagem: “Amanhã não irei ao trabalho”; canal: a fala.
TIPOS DE LINGUAGEM: Língua culta e língua coloquial
TEXTO I - PRONOMINAIS
  1. Dê-me um cigarro
  2. Diz a Gramática
  3. do professor e do aluno
  4. E do mulato sabido
  5. Mas o bom negro e o bom branco
  6. Da Nação Brasileira
  7. Dizem todos os dias
  8. Deixa disso camarada
  9. Me dá um cigarro
Oswaldo de Andrade
TEXTO II - VÍCIO NA FALA
  1. Para dizerem milho dizem mio
  2. Para melhor dizem mio
  3. Para pior pio
  4. Para telha dizem teia
  5. Para telhado dizem teiado
  6. E vão fazendo telhado
Oswaldo de Andrade
A chamada GRAMÁTICA NORMATIVA: “Dê-me um cigarro” é a forma exigida pela gramática que se ensina nas escolas. A chamada GRAMÁTICA NATURAL: “Me dá um cigarro” é a forma que normalmente se usa entre os falantes.
Na fronteira de São Paulo com Minas Gerais, vivia, em uma caverna de pedra, um eremita de 81 anos conhecido por Juca da Toca. Veja como ele usa o português para falar da importância de se ter onde morar:
“O que dexa a gente triste é ficá véio. A gente ansim é meio custoso, né? Tem que tê um ranchinho pa gente incostá, não? É triste a gente andá ca mala na cacunda, quando vem a noitinha. A gente num sabe agardecê quanto é bão tê o ranchinho da gente, né? Nem qui seja piqueninho. Quando é di tardi, pricurá ele cumo um passarinho pricura o ninho. Purque é triste ficá sem ele, um dia posá num lugá oto dia posá noto.”
Revista Afinal, 23/6/1987.
REVISÃO: Juca da Toca usa, em sua fala, a gramática (_) própria da língua coloquial. A língua culta usa a gramática que se ensina nas escolas, ou seja, a gramática (_).
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS: Denotação e Conotação

TERMO DENOTATIVO: é o uso de uma palavra em seu primeiro sentido, ou sentido próprio enquanto TERMO CONOTATIVO: é o uso da palavra num sentido diferente do seu sentido de origem é o sentido figurado.
EXEMPLO:
A jibóia é uma serpente – sentido denotativo;
Minha sogra é uma serpente – sentido conotativo.

Conto & Crônica

SIGNIFICADO E COMPARAÇÕES NARRATIVAS

Dentre as divisões literárias existentes, duas delas em especial, o conto e a crônica se destacam por possuírem uma divisão bastante tênue, que marcam suas diferenças na densidão da escrita.
O conto texto literário, que reproduz seu objetivo na exemplaridade de um instante da condição humana, caracteriza-se pela presença de elementos internos (narrador/narratário), agindo em um contexto universal, de situações significativas que despertam, interesse e sensações no leitor, por meio de um conflito ficcional, não linear, que se estabelece em sua trama.

Já a crônica, esta outra categoria literária de caráter “opinativo”, tem como principio básico registrar o que é circunstancial e transitório. Recriando de forma artística, fatos do dia-a-dia. Uma característica deste gênero é a presença de elementos externos onde o auto fala diretamente ao leitor, como quem narra uma circunstância qualquer a um amigo, aborda uma linguagem coloquial e simples de predicado muitas vezes cômico.

Outros fatores que diferem estas duas formas literárias são: as questões espaço e tempo em que ambas são escritas. A crônica disposta em um espaço delimitada sendo uma página de jornal ou revista obriga o redator a explorar de forma mais econômica possível o ambiente que dispõe. Surge dessa economia de espaço a riqueza estrutural de sua produção. O tempo também se torna outro fator considerável no produto final da obra, no caso de um jornal vinte e quatro horas. Situações essas não típicas na produção de contos.

Sendo estes, já dispostos acima, alguns dos principais conceitos que diferem na produção de um conto ou uma crônica, é valido ressaltar que ambos em suas diferentes formas necessitam de toda uma destreza e competência de seus autores, para sua configuração como obra literária que permanecerá viva na memória dos que destas se apossarem.

Adriano Salvi

Crônica

O QUE É CRÔNICA? A crônica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o destinatário, mas refletir sobre o acontecido. Desta finalidade resulta que, neste tipo de texto, podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, o foco narrativo situa-se invariavelmente na 1ª pessoa.

Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo o discurso.

A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas roupagens, como a metáfora, a ambigüidade, a antítese, a conotação, etc.

A sua estrutura assemelha-se à de um conto, apresentando uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.

CARACTERÍSTICA:

  • A crônica é uma narrativa

Em resumo, podemos determinar dois pontos:

  • Normalmente possuiu uma crítica indireta.
  • Muitas vezes a crônica vem escrita em tom humorístico.

Dissertação

DISSERTAÇÃO é um texto que se caracteriza pela exposição, defesa de uma idéia que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utilizam para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas idéias.

Organiza-se, geralmente, em três partes:

INTRODUÇÃO - onde você explicita o assunto a ser discutido, com a apresentação de uma idéia ou de um ponto de vista que pretende defender.

DESENVOLVIMENTO ou ARGUMENTAÇÃO - em que irá desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se necessário.

CONCLUSÃO - em que dará um fecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados. Em geral, a conclusão é uma retomada da idéia apresentada na introdução, agora com mais ênfase, de forma mais conclusiva, onde não deve aparecer nenhuma idéia nova, uma vez que você está fechando o texto.

O texto dissertativo argumentativo destina-se ao chamado "leitor universal", ou seja, a qualquer pessoa que tenha acesso a ele. Devem ser textos abrangendo conceitos amplos, genéricos, evitando particularizar situações. As construções mais adequadas, procurando evitar-se a 1ª pessoa do singular, seriam:

                "Notamos que grande parte dos brasileiros..."

                "Observa-se que uma parcela da população...

Resumo

Dica número 1:

- Leia o livro.

Não existe nada pior do que escrever sobre o que se desconhece. Lembro bem do ensino médio, a galera do colégio procurava sites que fazem resumos de livros por capítulos tudo para não ter que ler o livro inteiro. Mas o moral da história está em ler o livro.

Dica número 2:

- Separe o livro por capítulos ou pontos marcantes.

Os livros que eu leio já vêm separados por capítulos, alguns por histórias fechadas, mas existem alguns que possuem capítulos enormes, o que dificulta a leitura, me fazendo criar a dica número 3.

Dica número 3:

- Faça anotações ou marcas.

Sempre que um capítulo é muito grande, eu o divido por partes interessantes, pontos chaves do texto que contém dicas, elos de ligações para outra história.

Essa é a dica mais importante, pois fazendo marcas nos pontos chaves do livro, ao discorrer o texto sobre o livro poderá focar nesses pontos marcantes do livro.

Dica número 4:

- Organização do resumo

Um resumo não quer dizer uma redação de uma página. É preciso ter uma seqüência de fatos que ligam cada parte do livro, incluindo falar sobre o autor do livro.

COMPOSIÇÃO DO RESUMO:

Sempre que eu faço um resumo de livro, falo um pouco sobre o autor do livro, não é difícil achar informação sobre o autor, no próprio livro encontra-se no interior da capa ou mesmo na última página uma descrição do autor com formação acadêmica, experiência profissional e outros livros que escreveu.  Escreva um pouco sobre o autor, sobre a visão do autor acerca do assunto principal do livro, o primeiro parágrafo serve para chamar a atenção ao que o autor quer transmitir com o livro, fale sobre isso.

Depois, lembre-se das dicas acima, separe o livro por capítulos ou partes principais e vá fazendo marcas e anotações, ao terminar de ler o livro já terá boa parte do resumo esquematizada em anotações.

E assim como o autor ligou um capítulo a outro, também deve ser seguida a mesma ordem, se necessário esteja com o livro em mãos para citar alguma frase importante que defina o tema do livro ou alguma parte importante.

É muito válido, colocar a sua opinião sobre o livro, o que ficou claro, quais os pontos obscuros, excesso de figuras, formato do livro e tamanho da fonte está agradável ou não para a leitura.

Resenha

A RESENHA é um gênero literário em que se propõe a construção de relações entre as propriedades de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele. No jornalismo, é utilizado como forma de prestação de serviço. É um texto de origem opinativo e, portanto, reúne comentários de origem pessoal e julgamentos do resenhador sobre o valor do que é analisado.

O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um romance, um filme, um álbum, ou uma peça de teatro. Uma resenha pode ser “descritiva” ou “critica“.

Resenha é um texto que serve para apresentar a um outro (texto-base), desconhecido do leitor. Para bem apresentá-lo, é necessário além de dar uma idéia resumida dos assuntos tratados, apresentar o maior número de informações sobre o texto.: fatores que, ao lado de uma abordagem critica e de relações intertextuais, darão ao leitor os requisitos mínimos para que ele se oriente quanto ao grau de interesse do texto-base.

MAS QUE INFORMAÇÕES DAR SOBRE O TEXTO?

Ora, se o leitor não o conhece, é preciso informar-se, pelo menos, o nome do autor, o nome do texto, onde e quando foi publicado. Lembre-se de que o leitor pode querer ter acesso ao texto resenhado e, para tanto, precisa dessas informações básicas. Elas podem aparecer no corpo do texto ou no final , como uma citação bibliográfica. Se forem apresentadas no corpo do texto, devem ser bem integradas à exposição dos assuntos tratados.

E EM QUE CONSISTE UMA ABORDAGEM CRÍTICA?

Abordar criticamente um texto consiste em opinar sobre ele, apresentando problemas e qualidades que o resenhador julga importante destacar para o seu leitor. Portanto, a abordagem critica não significa, necessariamente, um levantamento dos problemas detectados no texto. Pode constituir-se também no destaque de certas qualidades.

Além das informações básicas e da abordagem crítica, uma boa resenha procura estabelecer relações do texto-base com outros textos (relações intertextuais), recurso que dá ao leitor outras possibilidades de entrada para o texto-base.

Do ponto de vista da construção do texto da resenha, a apreciação crítica obedece a um fio condutor que o resenhador julga como o ponto de entrada mais interessante para o leitor. O fio condutor é, portanto, o tópico que o resenhador escolhe do texto-base para despertar o interesse do leitor e serve para conduzir toda a sua exposição sobre o texto-base.

Sintetizando, resenha é a apresentação de um texto resultante de sua apreciação crítica por parte do resenhador. Assim entendida, ela tem sido chamada também de resenha crítica.

Modos de Narrar

Há dois modos básicos de narrar: ou o narrador introduz-se no discurso, produzindo-o, então, em primeira pessoa, ou ausenta-se dele, criando um discurso em terceira pessoa. Narrar em terceira pessoa ou em primeira são os dois pontos de vista fundamentais do narrador.

NARRADOR EM TERCEIRA PESSOA: ONISCIENTE e OBSERVADOR

Nesse caso, o narrador pode assumir duas posições diante do que narra:

1) Ele conhece tudo, até os pensamentos e sentimentos dos personagens. Comenta, analisa e critica tudo. É como se pairasse acima dos acontecimentos e tudo visse. É chamado narrador ONISCIENTE (que tudo sabe).

“A meia rua, acudiu à memória de Rubião a farmácia, voltou para trás, subindo contra o vento, que lhe dava de cara; mas ao fim de vinte passos, varreu-se-lhe a idéia da cabeça; adeus. Farmácia! Adeus, pouso! Já não se lembrava do motivo que o fizera mudar de rumo, e desceu outra vez, e o cão atrás, sem entender nem fugir, um e outro alagados, confusos, ao som da trovoada rija e contínua”. (Quincas Borba, Machado de Assis)

2) O narrador também conhece os fatos, mas não invade o interior dos personagens para comentar seu comportamento, intenções e sentimentos. Essa posição cria um efeito de sentido de objetividade ou de neutralidade. É como se a história se narrasse sozinha. O narrador pode ser chamado OBSERVADOR.

NARRADOR EM PRIMEIRA PESSOA: “EU” PROTAGONISTA e “EU” TESTEMUNHA

Nesse caso, ele está presente na narrativa. Pode ser o personagem principal ou um personagem secundário.

1) Quando é personagem principal, não tem ele acesso aos sentimentos, pensamentos e intenções dos outros personagens, mas pode, como ninguém, relatar suas percepções, seus sentimentos e pensamentos. É a forma ideal de explorar o interior de um personagem. É o que ocorre em O Ateneu, de Raul Pompéia, em que o personagem principal, Sérgio, narra, em primeira pessoa, as experiências vividas durante os anos em que estudou interno no colégio Ateneu. Observe, por exemplo, o texto abaixo:

“Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta. ‘Bastante experimentei a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança’ (...)

2) Quando o narrador é um personagem secundário, observa de dentro os acontecimentos. Afinal, viveu os fatos relatados. O narrador conta o que viu ou ouviu e até mesmo se serve de cartas ou documentos que obteve. Não consegue saber o que se passa na cabeça dos outros. Pode apenas inferir, lançar hipóteses. O narrador pode ou não comentar os acontecimentos.

O modo de narrar em primeira pessoa cria um efeito de subjetividade maior que o modo em terceira pessoa. Este produz um efeito de sentido de objetividade, pois o narrador não está envolvido co os acontecimentos.

A IMAGEM DO LEITOR

O narrador pode projetar uma imagem do leitor dentro da obra e dialogar com esse “leitor”, prevendo suas reações. Esse leitor instalado no texto não se confunde com o leitor real. Observe como isso ocorre no próprio Quincas Borba, de Machado de Assis:

“Lá haverá leitor a quem só isso não bastasse. Naturalmente, queria toda a análise da operação mental do nosso homem, sem advertir que, para tanto, não chegariam as cinco folhas de papel de Fielding”. (cap. CXIII)

Platão & Fiorin. Para Entender o Texto. P. 138-139

Tipos de Produção Textual

TEXTO I - DESCRIÇÃO

Eis São Paulo às sete da noite. O trânsito caminha lento e nervoso. Nas ruas, pedestres apressados se atropelam. Nos bares, bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios”.

São relatados vários aspectos concretos de um lugar concreto (São Paulo) num ponto estático do tempo (às sete da noite); Tudo é simultâneo – ou concebido como se fosse simultâneo – e não há progressão temporal entre os enunciados.

TEXTO II - NARRAÇÃO

“Eram sete horas da noite em São Paulo e a cidade toda se agitava naquele clima de quase tumulto típico dessa hora. De repente, uma escuridão total caiu sobre todos como uma espessa lona opaca de um grande circo. Os veículos acenderam os faróis altos, insuficientes para substituir a iluminação anterior”.

Relata fatos concretos, num espaço concreto e num tempo definido; Os fatos narrados não são simultâneos como na descrição: há mudança de um estado para outro, e, por isso, entre os enunciados existem uma relação de anterioridade e posterioridade.

TEXTO III - DISSERTAÇÃO

“As condições de bem-estar e de comodidade nos grandes centros urbanos como São Paulo são reconhecidamente precárias por causa, sobretudo, da densa concentração de habitantes num espaço que não foi planejado para alojá-los. Com isso, praticamente todos os pólos da estrutura urbana ficam afetados: o trânsito é lento; os transportes coletivos, insuficientes; os estabelecimentos de prestação de serviço, ineficazes”.

Interpreta e analisa, através de conceitos abstratos, os dados concretos da realidade; os dados concretos que nele ocorrem funcionam apenas como recursos de confirmação ou exemplificação das idéias abstratas que estão sendo discutidas; Ainda que na dissertação não exista, em princípio, progressão temporal entre os enunciados, eles mantêm relações lógicas entre si, o que impede de se alterar à vontade sua seqüência.

A dissertação pode falar de transformações de estado, mas fala de um modo diferente da narração. Enquanto esta é um texto figurativo, aquela é um texto temático. Por isso, enquanto a finalidade principal da narração é o relato das transformações, o objetivo primeiro da dissertação é a análise e a interpretação das transformações relatadas.

Na dissertação, o enunciador do texto manifesto explicitamente sua opinião ou seu julga-mento, usando para isso conceitos abstratos.

Na descrição, o enunciador, pelos aspectos que seleciona, pela adjetivação escolhida e outros recursos, vai transmitindo uma imagem negativa ou positiva daquilo que descreve.

Na narração, a visão de mundo do enunciador é transmitida por meio das ações que ele atribui aos personagens, por meio da caracterização que faz deles ou das condições em que vivem, e, até mesmo, por comentários sobre os fatos que ocorrem. Todo texto narrativo é figurativo.

Geralmente, para depreender a visão de mundo implícita nas narrações, é preciso levar em conta que por trás das figuras existem temas, que por trás dos significados de superfície existem significados mais profundos.

Platão & Fiorin. Para Entender o Texto. P. 299-301

Texto Didático

ANÁLISE DE TEXTO DIDÁTICO

Texto didático é aquele que explicitamente visa a instruir, que tem finalidades pedagógicas, que está relacionado ao ensino das ciências, das artes, das técnicas, etc.

A leitura de um texto didático de qualquer disciplina apresenta de início, um problema: o jargão próprio da disciplina, ou seja, aqueles termos que foram cunhados para exprimir, da maneira mais precisa possível, os fenômenos estudados por um dado campo do saber. O entendimento do texto didático de uma determinada disciplina requer o conhecimento do significado exato dos termos com que ela opera. Conhecer esses termos significa conhecer um conjunto de princípios e de conceitos sobre os quais repousa uma determinada ciência, certa teoria, um campo do saber. O uso da terminologia científica dá maior rigor à exposição, pois evita as conotações e as imprecisões dos termos da linguagem cotidiana. Por outro lado, a definição dos termos depende do nível de público a que o livro se destina. Um manual de introdução à física, destinado a alunos de primeiro grau, expõe um conceito de cada vez e, por conseguinte, vai definindo paulatinamente os termos específicos dessa ciência. Num livro de física para universitários não cabe a definição de termos que os alunos já deveriam saber, pois senão quem escreve precisaria escrever sobre tudo o que a ciência em que ele é especialista já estudou.

Na leitura de um texto didático, é preciso apanhar suas idéias fundamentais. Um texto didático é um texto conceitual, ou seja, não figurativo. Nele os termos significam exatamente aquilo que denotam, sendo descabida a atribuição de segundos sentidos ou valores conotativos aos termos.

Num texto didático devem se analisar ainda com todo o cuidado os elementos de coesão. Deve-se observar a expectativa de sentido que eles criam, para que possa entender bem o texto.

Platão & Fiorin. Para Entender o Texto. PP. 406-407

Coesão & Coerência

Quando lemos com atenção um texto bem construído, não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Com efeito, é possível perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um texto e compreender que todos estão interligados entre si.

A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se o nome de COESÃO. Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.

A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles.

CONECTIVOS E ELEMENTOS DE COESÃO:

Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados. São várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão:

AS PREPOSIÇÕES: a, de para, com, por, etc.;

AS CONJUNÇÕES: que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc.;

OS PRONOMES: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.;

OS ADVÉRBIOS: aqui, aí, lá, assim, etc.

Observação: O uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui consideravelmente para a expressão clara das idéias.

A COESÃO NO PERÍODO COMPOSTO:

O período composto, como o nome indica, é constituído de várias orações, que, se não estiverem estruturadas com coesão, de acordo com as regras do sistema lingüístico, produzem um sentido obscuro, quando não, incompreensível.

COERÊNCIA

Quando se fala em redação, sempre se aponta a coerência das idéias como uma qualidade indispensável para qualquer tipo de texto. Mas nem todos explicitam de maneira clara em que consiste essa coerência, sobre a qual tanto se insiste, e como se pode consegui-la.

Coerência deve ser entendida como unidade do texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. No texto coerente, não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais.

Todos os elementos do texto devem ser coerentes e que se dividem em três níveis a ser observada: Coerência narrativa; Coerência figurativa e Coerência argumentativa.

Platão & Fiorin. Para Entender o Texto. P. 261 – 271-272

Comunicação Escrita

O QUE É ESCREVER BEM? Obedecer às regras gramaticais, evitando erros de sintaxe, de pontuação, de ortografia etc.; Procurar a clareza, evitando palavras e frases obscuras ou de duplo sentido; Agradar o leitor, empregando expressões elegantes e fugindo de um estilo seco.

Para sabermos se a nossa mensagem escrita está correta, temos de verificar se a resposta a essa mensagem está igualmente correta.

MENSAGEM CORRETA = RESPOSTA CORRETA

a) Escrever bem implica necessariamente a obtenção de uma resposta correta;

b) Resposta correta é aquela que corresponde à idéia que temos em mente e desejamos passar ao leitor. (Uma das funções essenciais da comunicação escrita: provocar uma reação ou resposta)

Para sobreviver, o ser humano depende forçosamente da colaboração de seus semelhantes. Nós devemos transmitir aos outros as idéias e necessidades que há em nossa mente (necessidades físicas, psicológicas e sociais). Isso se faz pela comunicação escrita, pela comunicação oral, visual.

Pra obtermos a colaboração ou a resposta necessária à nossa sobrevivência, devemos comunicar as nossas idéias, desejos ou necessidades aos nossos semelhantes, estimulando-os a produzir a resposta que satisfaça exatamente a essas idéias ou necessidades. Escrever bem é uma questão de sobrevivência.

Para avaliarmos a correção e a eficácia de uma comunicação escrita, temos de verificar sempre se houve uma resposta; a resposta corresponde à idéia ou necessidade que queremos passar ao leitor. (não é com maus modos, com secura ou aspereza que vamos atrair a simpatia dos outros).

Por mais claro, lógico e brilhante que julgamos ser o pensamento elaborado em nossa mente, ocorre que, em muitas comunicações escritas, não conseguimos transmitir tal pensamento ao leitor.

ESCREVER BEM = PERSUADIR

A comunicação escrita deve conter alguns atrativos para motivar ou persuadir essas mesmas pessoas a colaborarem conosco. É sempre oportuno nos indagarmos se o leitor de nossas mensagens está convencido ou persuadido da necessidade de produzir a resposta que lhe solicitamos. Os termos: suave, persuadir, persuasão e persuasivo provêm da mesma raiz latina SVAD = doce, doçura e pertencem à mesma família de palavras.

O conhecimento da gramática é apenas um dos meios para chegarmos a uma comunicação correta, mas não é um fim em si mesmo.

ESTRUTURAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA COMUNICAÇÃO

Uma autêntica estrutura de comunicação é formada por remetente, destinatário e mensagem. No ato comunicativo, há sempre um emissor ou remetente que envia a mensagem a um receptor ou destinatário.

O remetente tem por função enviar uma mensagem ao destinatário, estimulando-o a produzir uma determinada resposta. O destinatário, por sua vez, ao ser estimulado pela mensagem, deverá produzir, em princípio, a resposta esperada ou desejada pelo remetente. Cabe, pois, ao remetente controlar o envio e as condições de emissão e de recepção da mensagem, verificando: se o destinatário entendeu a mensagem; em caso de resposta incorreta, quais os ruídos que impediram o destinatário de produzir a resposta esperada ou desejada.

Alguns sinônimos são inconvenientes; termos como emissor e receptor. Canal emissor ou aparelho receptor são máquinas. Remetente e destinatário são seres animados.

MENSAGEM = SIGNOS

A mensagem é um conjunto de unidades menores que resultam de uma associação entre um estímulo físico e uma idéia. Cada uma destas unidades é denominada signo, e a mensagem podem ser formados por um ou mais signos.

O signo é a unidade formada por um estímulo físico (sons, letras, imagens, gestos etc.) e uma idéia. O estímulo físico é o significante, e a idéia é o significado; significante e significado são as duas faces da mesma unidade que é o signo. As palavras escritas ou orais são significantes, e as idéias ou conceitos a elas associados são os significados.

Escrever bem é tornar o nosso pensamento conhecido dos outros. Escrever bem é tornar comum aos outros o nosso pensamento. Os termos comunicar e comunicação provêm justamente da palavra comum: Tornar comum = comun - icar = comun - icação.

CODIFICAÇÃO E DESCODIFICAÇÃO

O processo de transformação de uma idéia em mensagem, e, portanto em signos, não passa de um processo de codificação. O destinatário ao receber o signo, captando o significante e extraindo o significado que vem associado a esse mesmo significante, está realizando o processo inverso, ou seja, a descodificação.

Código fechado: é um código que fixa uma relação univocal e imutável entre significante e significado, possibilitando apenas uma só descodificação e, portanto, uma só resposta. Enquanto o código aberto: é um código que permite mais de uma descodificação e, em conseqüência, mais de um significado e mais de uma resposta.

CÓDIGO ABERTO OU CÓDIGO FECHADO? Em determinados contextos culturais e profissionais que utilizam sistemas de comunicação com os objetivos bem delimitados e precisos, o código aberto pode ser inconveniente e bastante permeável a ruídos.

Neologismos

NEOLOGISMOS. O léxico do português-brasileiro vem-se enriquecendo com certos mecanismos não incluídos em gramáticas e dicionários. São criações neológicas empregadas nos meios de comunicação de massa.

Doracy Camargo e Borges

NEOLOGISMO é o nome que se dá à nova palavra criada, e NEOLOGIA é o nome que se dá a esse processo de criação lexical, processo bem contemporâneo.

MECANISMOS: FONOLÓGICOS – SINTÁTICOS – SEMÂNTICOS:

Os NEOLOGISMOS FONOLÓGICOS: são comuns na imprensa falada e escrita:

“Os formandos bebemoravam a data”.

Os NEOLOGISMOS SINTÁTICOS são resultantes de uma combinatória de elementos mórficos já existentes no léxico, ou até emprestados. Estes neologismos podem ser formados por: DERIVAÇÃO SUFIXAL, por DERIVAÇÃO PREFIXAL ou por COMPOSIÇÃO:

quase-só, além-existenciado, pré-existida.

Os NEOLOGISMOS SEMÂNTICOS são unidades léxicas já existentes, e que contextualizados passam a ter outro conceito. Não se dá nenhuma alteração formal, apenas passam a ter outro significado [(monossêmica – um só significado) passa a ter outros significados (polissêmica)]:

“Minas é fértil nos minérios; a garimpagem é centro de atração para o ganha-pão”.

“Hoje vou fazer uma garimpagem nos meus livros até achar aquela crônica”.

Com o resultado dessa polissemia, ocorrem as chamadas figuras de linguagem registradas pelas gramáticas tradicionais: metáfora, metonímia e outras.

NEOLOGISMOS SINTÁTICOS:

São resultados da organização de um novo vocábulo. Supõem a combinatória de elementos já existentes na língua, compreendendo:

a) DERIVADOS;

b) COMPOSTOS;

c) COMPOSTOS SINTAGMÁTICOS.

DERIVADOS: os neologismos derivados podem ocorrer por prefixação ou por sufixação: (desamor = des+amor; amoroso = amor+oso)

“A não-informação conduz o homem à caverna”.

“João Paulo II reinventa a Igreja papalizando com exito”.

COMPOSTO: os neologismos por composição resultam de um processo muito fecundo na imprensa brasileira. Este processo implica a justaposição de bases autônomas ou não-autônomas:

“A operação-desmonte é uma invenção política mentirosa”.

“Nas últimas eleições não admitiram boca-de-urna ”.

COMPOSTOS SINTAGMÁTICOS: são neologismos decorrentes, na modernidade, em função das conquistas técnicas:

“A agenda-eletrônica terá uma nova versão, enquanto o processador de texto ainda é o mesmo”.

“Um novo ônibus-espacial estará comandado pelo Japão, e a estação-orbital marcará um espaço não questionado ainda – acontecimento do ano 2000”.

HIPOTRÉLICO – (Gramática Contemporânea – p 425)

PELA RENOVAÇÃO DE NOSSO IDIOMA – (Gramática Contemporânea – p 442)

OS SOBREVIVENTES de Cassiano Ricardo

Empréstimo Lingüístico

Doracy Camargo e Borges

Toda língua viva tem seus mecanismos de ampliação do léxico. São dois os processos de ampliação:

1º Processo:

o processo de criação dentro da própria língua, e

2º Processo:

o processo de adoção e conseqüente adaptação de um termo de outra língua qualquer, em determinado momento histórico.

O primeiro processo, ou seja, a criação lexical compreende a inovação na forma, ou neologismo formal e a inovação no significado, ou neologismo conceptual. Passando para o segundo processo – a de adoção e adaptação de uma palavra de outra língua, estamos diante do que se chama EMPRÉSTIMO LINGÜÍSTICO.

O empréstimo lingüístico é um processo, excelentemente, produtivo na renovação ou ampliação lexical da língua portuguesa. É uma renovação própria das línguas que se caracterizam como um sistema in fieri ; a língua não é um produto pronto, acabado; renova-se constantemente, e sempre se fundamenta em modelos já existentes. Assim, ao substantivo inglês “flirt”, acrescenta a flexão própria do verbo /-ar/, e com esse morfema gramatical forma-se um novo vocábulo, o verbo “fletar”.

Nem sempre a inovação é aceita; aceita-se aquilo que é funcional, portanto o que é certo, desde que corresponda a uma necessidade social, estética ou funcional do contexto social, daí alguns empréstimos terem vida longa, e outros, vida breve como:

speaker” > substituído por “locutor”; ou “goal-keeper” > reduzido a “goleiro

Por outro lado, alguns empréstimos não só permaneceram, como também sobre eles, pelo processo quer da prefixação, quer da sufixação, outros derivados se formaram:

metropolitan” > “metrômetroviário”; ou “xerox” > “xerocarxerografar

SÃO CONSIDERADAS CAUSAS FUNDAMENTAIS DO EMPRÉSTIMO:

1ª Causa:

a INTERCOMUNICAÇÃO decorrente dos limites geográficos e relacionamento sócio-cultural;

2ª Causa:

a INTERVENÇÃO POLÍTICO-CULTURAL; e podemos acrescentar como terceira causa a ação da IMPRENSA FALADA e ESCRITA.

Considerando a língua portuguesa no Brasil, os contatos lingüísticos geram outro tipo de empréstimo – empréstimos promovidos pelo inter-relacionamento:

1) PORTUGUÊS – TUPI:

imposição imediata da língua dos conquistadores. O tupi, no nosso contexto lingüístico é o que se chama SUBSTRATO;

2) PORTUGUÊS – AFRICANO:

o grupo sudanês, localizado no território baiano, e o grupo banto, disseminado em todo o Brasil, promoveu, socialmente, a convivência mística-religiosa e cultural: escravos e senhores. Desse relacionamento, hábitos, costumes, crenças e iguarias são realidades que exigiram novos lexemas: banto, samba, candomblé, mucama, mocambos, etc. A contribuição da linguagem africana caracteriza o que se chama SUPERSTRATO.

O empréstimo não é uma criação lingüística como o neologismo; não é a criatividade do falante que se impõe; o empréstimo é uma necessidade extralingüística em função de uma realidade.

FASE DO PROCESSAMENTO

A palavra estrangeira que é importada da língua |A| passará por:

1) adaptação na língua B, ou

2) não-adaptação na língua B, dando origem ao que se chama XENISMO.

NOTA: Xenismo são palavras que guardam a sua forma original, ainda que sejam do uso corrente: “Shopping Center”, CD (Compact Disc), AIDS, etc.

Processo de Adaptação: os fonemas da língua A ou seja da língua que fornece o empréstimo não permanecem na língua B, ou seja na língua de importação, havendo necessidade de adaptá-las, e que, em português, normalmente, se faz com o acréscimo de uma vogal seja no início da palavra, seja no final: “stress”=estresse, “record” =recorde, “club” =clube.

ESTRANGEIRISMOS

Definem-se como empréstimos desde que sejam incorporados ao idioma, classificando-se:

DECALQUE: alta costura (haute couture);

ADAPTAÇÃO: chá, futebol; ou

INCORPORAÇÃO: show, shopping.

O estrangeirismo é usado pelo falante comum, pela forma oral ou escrita; o seu ingresso na nova língua se processa como PAROLE; posteriormente, incorpora-se como EMPRÉSTIMO.

CARVALHO, Nelly. Empréstimo Lingüístico.

Evolução das Línguas

A EVOLUÇÃO DAS LÍNGUAS . Essas especulações sobre as origens são muito incertas. Em compensação, a lingüística nos ensina como evoluem as línguas. Mostra-nos, primeiro, que, a despeito das influências conservadoras e conformistas, há uma flutuação contínua das línguas, do tríplice ponto de vista fonético (forma dos sons), morfológico (gramática e sintaxe) e semântico (sentido das palavras). As línguas se transformam pela acumulação de uma série de pequenas mudanças insensíveis, ou quase insensíveis, para os que são seus autores ou suas testemunhas.

Paul Guillaume

EVOLUÇÃO FONÉTICA. – As palavras tendem a abreviar-se: ao passar do latim para o francês popular, perdem certas sílabas [anima=ame]. O – c – latino diante de um – a – dá em francês – ch – [canem=chien; carmen=charme]. O ditongo – oi –, em francês [roi, moi], pronunciado – oué – no século XVII, torna-se – oua – no século XVIII.

As alterações fonéticas são bastante evidentes na evolução divergente de diversas línguas, a partir de uma língua mãe (francês, espanhol, italiano, romeno, a partir do latim).

EVOLUÇÃO MORFOLÓGICA. – Ao passar do latim para o francês, alteraram-se a gramática e a sintaxe: as declinações caem em desuso; a ordem das palavras se torna mais rígida; as preposições, unindo palavras doravante invariáveis, desenvolvem-se.

EVOLUÇÃO SEMÂNTICA. – Esta é a que mais nos interessa aqui. As mudanças de sentido são, algumas vezes, solidárias com as mudanças de forma: formam-se palavras novas por derivação ou composição. Assim, formamos verbos com substantivos, dando-lhes desinências verbais (e vice-versa). Mas, sem mudar de forma, as palavras antigas podem mudar de sentido. Compreende-se facilmente como são possíveis tais mudanças. Charme significa, de início, cantocanto mágico, sortilégio – depois poder do que subjuga (como o sortilégio), depois poder do que encanta ou, simplesmente, do que seduz, do que agrada. A palavra foi transportada, por uma série de empregos individuais, de uma situação particular a outra, algo diferente, sem que se notassem essas pequeninas mudanças de sentido.

As mudanças podem ocorrer em todas as direções. Vão, por exemplo, da qualidade ao objeto que a possui; do objeto à qualidade mais notável; da matéria à função; da ação à coisa que é o seu objeto ou efeito. Uma coisa dá seu nome a outra, ou porque é parte dela [bureau=tapete de burel; depois móvel coberto com um tapete; depois, sala onde está esse móvel], ou porque se lhe assemelha: bico (de pena), pé (de mesa), cabeça (de parafuso), provêm de nomes de partes do corpo do homem ou dos animais. – As designações do espaço estendem-se a uma série de outras relações (para indica direção no espaço e no tempo, tendência, esforço; perto indica proximidade e, pois, comparação). – Todo o vocabulário material se aplica, ao mesmo tempo, ao aspecto moral das situações e dos atos, e acaba por servir para designá-los diretamente (compreender vem de prender; diz-se também apanhar); falamos da clareza das idéias, de suas ligações, do peso da dor e do calor do sentimento. – Todas as palavras abstratas vêm de palavras mais concretas: em francês, gain significa, de início, corte do feno; gagner significa fazer pastar; depois essas palavras se generalizam e se aplicam à aquisição de toda espécie de riquezas. – Os instrumentos gramaticais (preposições, advérbios, conjunções, verbos auxiliares, pronomes, sufixos e prefixos) são palavras abstratas que servem, apenas, para modificar o sentido das palavras concretas às quais se associam: vêm de palavras concretas que sofreram a mesma evolução. – O povo retoma, em sentido mais concreto, as palavras abstratas da língua erudita (moda, que significa maneira, modalidade em geral, só é conhecida do povo no sentido de maneira de vestir).

Em resumo, a língua está em contínua flutuação; a tradição não pode manter fixas nem as formas, nem os sentidos.

Uma palavra não possui, em rigor, o mesmo valor para quem fala e para quem ouve; e as circunstâncias acidentais de seu emprego tendem sempre a carregá-la de valores novos e a ocultar-lhe valores antigos. Aliás, essa deformação individual tem limites, pois a função da linguagem é estabelecer um elo entre os espíritos. Iniciativa que não fosse ao sentido das necessidades coletivas permaneceria um simples erro de linguagem e não se generalizaria. Pelas mesmas razões, as iniciativas que generalizam parecem surgir espontaneamente em diversos pontos e a lingüística pode explicar a evolução das línguas por causas sociais, sem ter de levar em conta os indivíduos mediante os quais essas causas atuam.

Pode-se concluir que, se a ciência não nos revela as origens das línguas, mostra-nos, ao estudar-lhes a vida, as forças sempre atuantes que presidiram tanto a seu nascimento como a seu progresso.

Literatura – Conceito

LITERATURA. “A Literatura compreende todos os escritos em prosa ou em verso notáveis pela forma, pela idéia e pela emoção, onde os espíritos ilustres traçam a psicologia social dos povos”.

Podemos então, definir Literatura como a expressão da sociedade. Quer isto dizer que a Literatura exprime todas as modalidades de vida, as tradições, os costumes d’uma determinada nação.

Na Literatura de um povo entram sempre, como elementos influenciadores que sempre devemos observar em nossos estudos, a origem da raça, sua língua, sua escrita, sua história, sua sociedade, sua cultura e costumes, sua arte, sua psicologia, suas ciências e tecnologias, sua religião, suas lendas, mitos e folclore, sua forma política - econômica e social, a região geográfica (física econômica e histórica), o clima, a flora e a fauna e etc.

ORIGEM DAS LETRAS NO NOVO MUNDO. A história das letras americanas tem suas origens na Europa, pois as raízes de nossa cultura encontram-se nas profundezas da vida do Velho Mundo. Os imigrantes só eram americanos devido ao meio. Quando à raça e civilização, não passavam de europeus transplantados, que levavam inalterados para as colônias sua língua, costumes, política e religião do Velho Mundo. Os colonos pensavam como europeus e, quando escreviam, discutiam assuntos de interesse da Europa, e obedeciam aos modelos do estilo europeu. No entanto, desde o princípio, seu modo de vida europeu foi modificado pelo novo meio. As diferenças de condição social, que na Europa eram questão fechada, dentro em pouco tiveram de ser mantidas com um esforço consciente nas colônias, mas, à medida que a colonização se expandia, tendiam a desaparecer. Assim é que a influência do meio do Novo Mundo agia constantemente, moldando o material imigrante em formas americanas.

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(FULLER, Walter Taylor. “A História das Letras Americanas”. 1967. P.13)

Teoria de Hippolyte

TEORIA DA RAÇA, DO MEIO E DO MOMENTO. Apoiado em François Guizot (1787-1874), historiador francês, Hippolyte Taine (1828-1893) elaborou a célebre teoria da raça, do meio e do momento que são, a seu ver, as condições essenciais que determinam o aparecimento da obra literária. Literatura é a representação fiel das maneiras de agir, pensar e sentir dos homens de todas as épocas – documento precioso para o historiador.

Em princípio: RAÇA é o nome que se dá às disposições inatas e hereditárias que o homem traz consigo ao nascer e que geralmente se acompanham de diferenças acentuadas no temperamento e na constituição física.

O homem forçado a adaptar-se às circunstâncias adquire um temperamento e um caráter que lhes são correspondentes. Esse temperamento e esse caráter serão tanto mais estáveis quanto maior número de vezes o homem sofreu a ação exterior e a própria repetição se fixará em caracteres hereditários.

Sobre esse fundo imenso e permanente, outra ações se acrescentam que vão desgastando ou modificando o aspecto primitivo: é a ação do MEIO.

O homem não vive isolado: a natureza o envolve, outros homens o rodeiam.

O clima é um dos fatores que mais contribuem para diferenciar as raças. Embora não possamos acompanhar desde a origem os passos da raça ariana, podemos afirmar, entretanto que a profunda diferença que existe entre as raças germânicas, latinas e helênicas, provém em grande parte da diferença de regiões em que elas viveram a fixar-se: ou países frios e úmidos, em meio de rudes florestas, às margens de um oceano brutal, vivendo através de sensações melancólicas ou violentas, preferindo a alimentação forte, inclinando-se para a vida combativa da caça, ou então, em meio das mais lindas paisagens, às margens de um mar cintilante e alegre que convide à navegação e ao comércio, livres das necessidades grosseiras do estômago, convidadas a participar de hábitos sociais que desenvolvem a arte de conversar, o amor das ciências e das artes.

A organização política, as condições econômicas ou religiosas foram outras causas que agiram sobre o fundo primitivo da raça ariana, a raça primitiva.

São essas as principais forças que agem exteriormente.

Além das forças internas, permanentes do indivíduo que reage às externas e se adapta ao meio, deve-se acrescentar ainda uma terceira categoria de causas: a que é produzida pela ação comum de ambas. Esta ação soma-se às precedentes: além da impulsão permanente (força interna), além da ação do meio (força externa), há ainda a velocidade adquirida em dado MOMENTO.

Embora duas épocas, dois momentos possam parecer idênticos, não se deve esquecer que um surgiu em seguida ao outro, que dele se beneficiou e prosperou.